O que faz mais sentido? Pensar muito ou pensar melhor?
Para a nossa cultura parar de pensar pode ser um contrassenso. Se lutamos tanto tempo para sermos mais racionais, para desenvolvermos o pensamento, para termos a capacidade de analisar e abstrair, qual é a vantagem de parar de pensar?
Bem, em pesquisas neurocientistas descobriram que pensamos cerca de 60.000 vezes por dia. Já imaginou? 60 mil pensamentos por dia! Para falar a verdade, não sei se este número está certo, também não sei como eles fizeram esta conta. De todo modo, não precisamos da neurociência para saber que pensamos demais.
Acontece que os pensamentos em geral não são pensamentos filosóficos, científicos ou conceituais. Quer dizer, a maior parte dos pensamentos – tirando os pensamentos que são úteis e práticos para o dia-a-dia – se forem retirados, não farão nenhuma diferença. Melhor dizendo, sendo retirados, darão mais espaço e mais tempo para viver melhor.
Dois exemplos nos ajudarão a entender porque pensar um pouco menos, certo tipo de pensamento, pode ser útil para o nosso bem estar físico e psíquico.
Preocupações: o exemplo clássico de preocupação é, no Brasil, o de ter uma conta para pagar e de não ter certeza se terá o dinheiro necessário para quitar. Ora, com esta situação, a pessoa fica se preocupando: pensando mil pensamentos de preocupação sobre como vai pagar a conta, e se não pagar a conta, como pode encontrar dinheiro e por ai vai…
Ansiedade: creio que já é bastante popular a ideia de que a ansiedade é uma forma de pensamento que se volta para o futuro, para o que deve acontecer (como desejo) e para o que não deve acontecer (como medo ou receio). Nesse sentido, a ansiedade é uma negação do momento presente, a vontade que o futuro bom chegue logo e a angústia de que o futuro negativo possa chegar. Assim como nas preocupações, a ansiedade gera uma corrente de pensamentos que obscurecem a atenção e a vivência do aqui e do agora.
Assim, se existem tantos e tantos pensamentos sem sentido, desfuncionais, não faz todo o sentido do mundo não tê-los?
Porém, aqui vem a pergunta: mas como fazer para pensar menos pensamentos desfuncionais? Como fazer para diminuir o fluxo mental negativo e ficar mais em silêncio?
A Mindulfulness psicologia ou psicologia da atenção plena e da consciência é praticamente desconhecida entre nós. É normalmente definida como uma das linhas da psicologia cognitiva e foi desenvolvida a partir da década de 1970. “Mindfulness é um estado de atenção aberta e ativa ao momento presente. Quando você está neste estado, você observa seus pensamentos e sentimentos de uma distância, sem julgá-los bons ou maus. Ao invés de deixar que a vida passe por você, você permanece em um estado de atenção consciente para a experiência”.
Não há dúvida que pensamos muito. Já que os pensamentos que são pensados não são geralmente interessantes do ponto de vista teórico (ou seja, não são pensamentos científicos, teológicos ou filosóficos) nem práticos (pensamentos úteis para o cotidiano) faz todo o sentido diminuir este fluxo incessante de pensamentos desinteressantes, inúteis ou até prejudiciais para estar mais presente no presente.
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Fonte: psicologiamsn.com/