Nos perdemos nos descaminhos da desumanização?
A empatia está intimamente ligada ao altruísmo – amor e interesse pelo próximo – e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar. Desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios éticos. Ou seja, quando estabelecemos relação empática com alguém, afirmamos nossa humanidade e reconhecemos a humanidade do outro. E, ao contrário, quando não nos reconhecemos no outro, suas dores, limitações e desafios, tendemos aos julgamentos morais, críticas, preconceitos, que se constituem em caminhos para a desumanização, nossa e do outro.
A Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa, caso estivesse na
mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

Não podemos circunscrever nossa relação com o mundo, com a humanidade, através dos limites objetivos de uma curta visão, sem o conceito de empatia fortemente internalizado.
Também não podemos nos ater àquilo preconizado exclusivamente pela nossa área de atuação – pessoal, profissional, cultural. Como profissional de uma dada área de saber, por exeplo – na psicologia, medicina, jornalismo, administração, etc, – a delimitação arbitrária de nosso campo de visão, fragmenta nossa compreensão da realidade, além de inviabilizar a empatia, condição necessária à ressignificação da realidade, à humanização, à re-humanização.
Nossa inserção, participação e atuação na realidade social, política, cultural, ideológica devem ser concretizadas através de posicionamentos éticos claros e definidos, num percurso dialético entre a microesfera (pessoalidade) e a macroesfera (coletividade).
Sob pena de perdermos o bonde da História.
Sob pen
a de nos perdermos nos descaminhos da desumanização.

Recomendamos a leitura do texto “A Sombra e a Estupidez Humana”, que chama a atenção, tanto pelo tema, quanto pelo tom quase impaciente do apelo ao autoconhecimento, ao reconhecimento da própria sombra como condição inadiável à necessária empatia com o “outro”, o “diferente” de mim, o “estranho”, o “estrangeiro”. O sentir, o pensar, o olhar como o outro, o colocar-se em seu lugar, empaticamente. Vale a leitura, vale ampliação de seus saberes!
Ana Maria Vieira de Souza
Resposável pelo Elabora Saberes
Palestrante e Orientadora